domingo, 13 de junho de 2010

Software´s Educativos Multimédia

Como olhar criticamente para um software educativo multimédia

Estes softwares têm alvos que podem ter 3 anos ou até mesmo serem adultos pela sua componente lúdica e interface apelativo e agradável, adaptado às idades que estiverem em questão (target). A ideia é, com este tipo de modo de transmissão de conhecimento, a aprendizagem de um determinado conteúdo se demonstra mais simples, feita ao ritmo de cada um e até prazeirosa.

Deve tentar organizar-se a informação por partes, de modo a não sobrecarregar o alvo com informação que pode levar ao cansaço ou à confusão (Shneiderman 1998). Por outro lado é importante facultar a informação de que o alvo necessita através de áreas sensíveis aos cliques de modo a despertar nele a curiosidade e a vontade de explorar tudo o que o Software tem para oferecer (Carvalho 1999).

A liberdade que pode ser concedida e o aspecto dos ditos softwares podem ser benéficos mas também dispersores, isto é, se a ideia é que o indivíduo siga um determinado caminho para atingir um determinado objectivo ou siga determinados percursos ou passos para entender um conteúdo, não podemos deixar a exploração deste material à deriva.

O controlo dependerá portanto dos objectivos e dos conhecimentos prévios do alvo. Assim, um software de inspiração Behaviorista, por exemplo, organizará a sua informação de modo a que o alvo só atinja uma determinada etapa depois de resolver a anterior correctamente, ao passo que um Construtivista dará liberdade ao utilizador que encontre a sua informação e construa o seu conhecimento como mais desejar.

Temos que ter também consciência de que o sucesso de um SEM não depende apenas da qualidade científica, pedagógica e técnica do mesmo. Todo um contexto do indivíduo como as suas capacidades, os seus modos mais propícios de aprendizagem ou a sua familiaridade (ou não) com os meios informáticos podem condicionar o sucesso de um determinado SEM.

Das qualidades referidas do SEM, a cientifica é a mais importante quanto à veracidade e coerência da informação que os alvos têm que aprender. Assim é necessário que todos os conteúdos sejam verificados por especialistas na área em questão. Peritos em interacção Pessoa - Computador são também muito importantes, de modo a poderem avaliar se em termos técnicos e de interface os SEM são adaptados a determinada faixa etária, uma vez que a falta de sucesso de um SEM ou de uma aprendizagem de um conteúdo neste contexto pode não ter que ver com o esforço do indivíduo mas sim com o modo como a informação lhes é apresentada e “enviada” (falha do sistema).

A Autonomia

As ajudas nos SEM e constantes feedback promovem a autonomia de um indivíduo em contacto com o sistema. Os feedback referidos devem ser entendidos como, por exemplo, expressões que são apresentadas ao utilizador aquando de uma resposta correcta (positivo) ou errada (negativo). Este feedback deve servir para motivar e nunca os negativos devem ter um tom de humilhação.

Ainda no âmbito da motivação, pode ser acrescentado a todo este “jogo” do SEM um sistema de pontuação, que faz com que se ganhe pontos a cada resposta correcta ou decisão bem tomada, ou com que se retire os ditos quando se passe a situação inversa.

Todo este jogo de feedback, pontuação e expressões de coragem, força ou suporte aumentam em muito a motivação dos utilizadores, conferindo-lhes até uma positiva vertente competitiva contra si mesmos.

Um SEM nunca deve ser levado para uma aula sem que o educador esteja familiarizado com ele e esteja apto a suprir quaisquer dúvidas a ele relacionado que possam eventualmente surgir.

Olhar criticamente para um SEM

Caixa:

Tem que incluir título, editora, ano da edição, destinatários (a idade não deve ser demasiado abrangente nem apontar apenas a idade mínima pois isso dá indício de que o software poderá ser desajustado para os mais novos ou cansativo para os mais velhos), área temática, objectivos, língua usada e requisitos do sistema que é necessário à sua utilização.

Início/Apresentação:

Como as apresentações podem ser cansativas ou tornar-se repetitivas (quando o SEM é utilizado mais do que uma vez), é bom que ela possa ser saltada.

Menu:

Deverá apresentar as actividades presentes no SEM ou pelo menos as principais. Um menu só com texto deve ser apenas para destinatários que supostamente já leiam bem pois caso contrário poderá ser factor de desmotivação.

O menu também deve estar sempre presente, mesmo no decorrer das actividades pois isto facilita a navegação e acesso à informação. A existência de uma espécie de “Mascote” do SEM que dá dicas e ajudas e aparece sempre é também algo de positivo.

Navegação:

Para que a navegação seja positiva utilizador tem que saber sempre onde estar e perceber que caminho pode seguir. Assim, essa informação deve estar sempre num título, ou numa opção destacada. Menus, setas e hiperligações facilitam a navegação.

Se o menu principal não estiver sempre disponível deverá existir um botão(sempre presente) para que seja permitido voltar a ele sempre que necessário.

Estrutura:

A estrutura condiciona a liberdade. Pode apresentar-se de três modos: Linear, hierárquico ou em rede (carvalho 2001ª,2002). Na primeira o utilizador apenas avança e recua, não tem liberdade; na segunda é dada a possibilidade ao utilizador de escolher o caminho que quer; na terceira, em rede, o utilizador tem total liberdade, mas a probabilidade dele se perder no hiperespaço é grande.

Na verdade é raro um SEM apresentar rigidamente um único modelo, isto é, com o menu sempre presente a liberdade é total, mas dentro de cada actividade já pode haver estrutura que restrinja a actividade. A isto chama-se Estrutura Híbrida, segundo peritos, mais iniciada.

Actividades:

As actividades, que devem apresentar-se no menu ou submenus, devem ser de simples compreensão e bem adaptadas à faixa etária de seus utilizadores (se elas forem mais complexas devem dispor de um menu específico).

Devem conter sempre ajuda pertinente mas cuja audição ou leitura não sejam obrigatórias e se possível apresentar-se sempre oralmente, principalmente nos SEM para crianças, e com a característica de poder ser interrompido.

Níveis de dificuldade estimulam o utilizador assim como o constante feedback (referido), quer em forma de expressões quer em forma de uma pontuação.

É importante que os conteúdos possam ser copiados ou impressos, ou, no caso dos softwares de línguas, que os discursos orais dos utilizadores possam ser gravados e re-escutados para comparações.

Junção de texto/imagem/Som é positiva.

Inter-face:

Deve ser intuitiva, de fácil interacção e consistente, isto é, apresentando uma estrutura fixa desenvolve mais rapidamente a orientação e à-vontade no utilizador.

O tipo de letra e o tamanho da fonte devem ser apropriados à leitura e é necessário verificar se os contrastes de cor entre a letra e o fundo do ecrã não causam confusão e dificuldades.

As imagens devem apresentar uma boa qualidade gráfica.

Som e vídeo devem apresentar uma característica de controlo para que possam ser parados e retomados. Os discursos devem ser curtos e simples para não aborrecer.

O espaçamento deve ser superior entre parágrafos do que entre linhas, e o texto deve estar alinhado à esquerda (vídeos e imagens à direita).

Ajuda:

A ajuda é imprescindível e deve estar sempre disponível à consulta (nunca deve ser imposta), quer num sítio específico, quer ao cargo da dita personagem que pode acompanhar o SEM.

Sugestões para Pais, Educadores ou Professores:

Informações de utilização para pais como fichas de ajuda `a aprendizagem que possam sem impressas.

Imprimir Diploma:

Para crianças esta funcionalidade é importante pois motiva-as.

Hiperligações para sites na Web:

Ligações para sites com actualizações do SEM em questão, conteúdos adicionais ou com actividades diferentes dentro do mesmo âmbito.

Ficha técnica:

Designação dos créditos.

Sair do Software Educativo Multimédia:

A possibilidade de abandonar o SEM deve estar sempre disponível e deve sempre aparecer uma pergunta de confirmação quando há uma tentativa para a saída.

Como conclusão posso afirmar que um SEM deve sempre ser analisado segundo todos os campos especificados pois só obedecendo a um conjunto de características poderá rentabilizar correctamente em contexto educativo.

Sem comentários:

Enviar um comentário